quarta-feira, 23 de novembro de 2011

GRUPO 11 - RECONVERSÃO URBANA

O grupo que abordou o tema “Reconversão Urbana’’, foi muito pertinente e conciso com a organização do trabalho e a forma de exposição.

A apresentação do tema foi introduzida através de alguns conceitos, necessários para a compreensão de um contexto urbano, político, ecônomico e globalizado, conferindo um melhor entendimento das características e reconhecimento da reconversão urbana.

No conceito de ‘Globalização’ foi apresentado os aspectos de domínio da força de mercado e a fragmentação e formação de áreas privilegiadas, assim como descompromisso político diante das realidades sociais e os serviços terciários e troca produtiva.

Estes tais aspectos são conferidos pelos instrumentos da Globalização, de caráter universal, e a disseminação do conceito de padrão: Imagem e Marketing.

Através destes conceitos remetendo ao capitalismo, consumismo e privilégios, o grupo aborda o urbano falando sobre as cidades e a fragmentação das mesmas, as relações de contrato e impessoalidade, o consumo e o consumidor, produto e mercadoria etc.

A reconversão urbana teve as zonas portuárias como objetos de análise pela localização privilegiada (perto dos centros urbano, finaceiro e centros comerciais), pela capacidade em receber habitação, lazer e comércio, além das zonas portuárias serem bem quistas pelos empreendedores , já que espaços estão escassos.

Para entender os espaços analisados, no caso os portos, existem alguns níveis de modificação do espaço e das ‘condições’ deste espaço, que também são diretrizes para tal intervenção: capital para construção das tecnologias, infraestruturas e mão-de-obra, para que estes possam gerar mais capital, mudança das políticas urbanas e mudança do cotidiano do local e o consumo do espaço e sua experimentação.

No histórico sobre os portos e o crescimentos das cidades, foi possível perceber desde as cidades primitivas, a relação dos portos com a espacialidade e funcionalidade das cidades. Na sequência histórica, chegando na cidade industrial moderna, a influência dos portos no rápido crescimento das cidades e suas articulações, como ruas, traçado urbano, terminais, relações de comércio e áreas industriais (fácil chegada de matéria prima e vasão da produção).



As zonas portuárias de estudo do grupo foram Docklands, no centro financeiro londrino; Bermondsey e Surrey Docks, áreas do distrito de Southwark; Beckton e Royal Docks, no distrito de Newham; Isle of Dogs e Wapping e Limehouse, no distrito de Tower Hamlets, todas essas fazem parte do LDDC.

Também foi objeto de estudo o Puerto Madero, na Argentina; o projeto do Tate Gallery e o Porto do Rio de Janeiro e Porto Maravilha. Todos foram analisados com base no tripé que conduziu toda a disciplina - economia, política e sociedade, e também no histórico e contextualização espacial e política desses lugares.

As correlações e contextualização do tema no Brasil e em Belo Horizonte foram explicativas e elucidaram os processos do projeto de implantação do Porto Maravilha, por exemplo, onde apresentaram as fases e concepção dos museus, igreja, assim como o estudo de ocupação e interesses comerciais e de apropriação e anteriormente a desapropriação.

Em Belo Horizonte a relação não poderia ter sido melhor, já que a Praça da Liberdade é um exemplo claro da reconversão urbana, haja visto que aqui é uma das melhores cidades brasileiras para estes estudos e análises pois os jogos de interesses e manifestações destes são bem evidentes.

Das situações analisadas pelo grupo as que mais despertaram interesse foram:

- Puerto Madero:

Na apresentação ficou claro os conceitos de globalização, marketing e imagem, já que foram mostradas as situações políticas, econômicas e sociais da cidade, o desenvolvimento do projeto e muitas imagens e modelagens bem explicativas.

Neste projeto percebe-se a implatação de uma arquitetura contemporânea visando a imagem de uma país de primeiro mundo e globalizado. A ‘cara’ do projeto assume uma arquitetura e serviços voltados para o turismo e assim, percebe-se também a clara segregação espacial com os equipamentos, as atividades do oeste do porto diferentes das atividades do leste e também dos materias e tratamento do paisagismo: o piso e arquitetura marcam claramente o que é o porto e o que é o resto da cidade.







Duas frases apresentadas pelo grupo:

“As empresas públicas recém privatizadas precisavam de um lugar emblemático para mostrar a modernidade libertada do paternalismo e da inefciência do Estado.”

“Eliminação das áreas marginais ‘Vivir en Buenos Aires no es para cualquiera, sino para quien lo merezca’.”


- A idéia de patrimônio histórico e o interesse mundial:

Embasados pelo livro “A alegoria do patrimônio”, do Françoise Choay, o grupo lançou a pergunta:

“Por que o patrimônio histórico, arquitetônico e urbano conquistou atualmente um público mundial?”

A preservação do patrimônio atualmente perdeu seu valor fundamental que é o histórico e estético, assim como a possibilidade de vislumbrar a história e cultura de um povo, uma cultura, uma região. Hoje o entendimento de patrimônio histórico é de produto de consumo e espetáculo.

A Praça da Liberdade foi um excelente exemplo de reconversão, revitalização e desse novo entendimento de patrimônio histórico. Acontecou a transformação em museus lugares e edificações que tinham um determinado uso, um espaço monofuncional, em espaço de qualidade e segurança para turismo e como ‘produto’ um espaço de lazer como marco da cidade.








Cidade = Mercadoria

“Não há cidade feita sem negociação de interesses.”

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