O grupo que abordou o tema “Reconversão Urbana’’, foi muito pertinente e conciso com a organização do trabalho e a forma de exposição.
A apresentação do tema foi introduzida através de alguns conceitos, necessários para a compreensão de um contexto urbano, político, ecônomico e globalizado, conferindo um melhor entendimento das características e reconhecimento da reconversão urbana.
No conceito de ‘Globalização’ foi apresentado os aspectos de domínio da força de mercado e a fragmentação e formação de áreas privilegiadas, assim como descompromisso político diante das realidades sociais e os serviços terciários e troca produtiva.
Estes tais aspectos são conferidos pelos instrumentos da Globalização, de caráter universal, e a disseminação do conceito de padrão: Imagem e Marketing.
Através destes conceitos remetendo ao capitalismo, consumismo e privilégios, o grupo aborda o urbano falando sobre as cidades e a fragmentação das mesmas, as relações de contrato e impessoalidade, o consumo e o consumidor, produto e mercadoria etc.
A reconversão urbana teve as zonas portuárias como objetos de análise pela localização privilegiada (perto dos centros urbano, finaceiro e centros comerciais), pela capacidade em receber habitação, lazer e comércio, além das zonas portuárias serem bem quistas pelos empreendedores , já que espaços estão escassos.
Para entender os espaços analisados, no caso os portos, existem alguns níveis de modificação do espaço e das ‘condições’ deste espaço, que também são diretrizes para tal intervenção: capital para construção das tecnologias, infraestruturas e mão-de-obra, para que estes possam gerar mais capital, mudança das políticas urbanas e mudança do cotidiano do local e o consumo do espaço e sua experimentação.
As zonas portuárias de estudo do grupo foram Docklands, no centro financeiro londrino; Bermondsey e Surrey Docks, áreas do distrito de Southwark; Beckton e Royal Docks, no distrito de Newham; Isle of Dogs e Wapping e Limehouse, no distrito de Tower Hamlets, todas essas fazem parte do LDDC.
Também foi objeto de estudo o Puerto Madero, na Argentina; o projeto do Tate Gallery e o Porto do Rio de Janeiro e Porto Maravilha. Todos foram analisados com base no tripé que conduziu toda a disciplina - economia, política e sociedade, e também no histórico e contextualização espacial e política desses lugares.
As correlações e contextualização do tema no Brasil e em Belo Horizonte foram explicativas e elucidaram os processos do projeto de implantação do Porto Maravilha, por exemplo, onde apresentaram as fases e concepção dos museus, igreja, assim como o estudo de ocupação e interesses comerciais e de apropriação e anteriormente a desapropriação.
Em Belo Horizonte a relação não poderia ter sido melhor, já que a Praça da Liberdade é um exemplo claro da reconversão urbana, haja visto que aqui é uma das melhores cidades brasileiras para estes estudos e análises pois os jogos de interesses e manifestações destes são bem evidentes.
Das situações analisadas pelo grupo as que mais despertaram interesse foram:
- Puerto Madero:
Na apresentação ficou claro os conceitos de globalização, marketing e imagem, já que foram mostradas as situações políticas, econômicas e sociais da cidade, o desenvolvimento do projeto e muitas imagens e modelagens bem explicativas.
Duas frases apresentadas pelo grupo:
“As empresas públicas recém privatizadas precisavam de um lugar emblemático para mostrar a modernidade libertada do paternalismo e da inefciência do Estado.”
“Eliminação das áreas marginais ‘Vivir en Buenos Aires no es para cualquiera, sino para quien lo merezca’.”
- A idéia de patrimônio histórico e o interesse mundial:
Embasados pelo livro “A alegoria do patrimônio”, do Françoise Choay, o grupo lançou a pergunta:
“Por que o patrimônio histórico, arquitetônico e urbano conquistou atualmente um público mundial?”
A preservação do patrimônio atualmente perdeu seu valor fundamental que é o histórico e estético, assim como a possibilidade de vislumbrar a história e cultura de um povo, uma cultura, uma região. Hoje o entendimento de patrimônio histórico é de produto de consumo e espetáculo.
Cidade = Mercadoria
“Não há cidade feita sem negociação de interesses.”
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