quarta-feira, 23 de novembro de 2011

GRUPO 12 - CIDADE GENÉRICA

O grupo que desenvolveu o trabalho sobre cidades genéricas teve como ponto de partida o livro "The Generic City Mutations" do Rem Koolhaas, e neste fragmento ele exibe a definição do Koolhaas para a cidade genérica:

"A cidade genérica é a cidade liberada do cativeiro central, da camisa de força da identidade [...] ela é nada senão uma reflexão da presente necessidade e da presente habilidade. É a cidade sem história. É grande o suficiente para todos. É fácil. Não precisa de manutenção. Se fica muito pequena, simplesmente se expande. Se fica muito velha, simplesmente se auto destrói e se renova. É igualmente exitante e não exitante em qualquer parte. " É superficial " - como um estúdio de Hollywood, podendo produzir uma nova identidade a cada manhã"

A definição de cidade genérica é a de uma cidade em constante transformação, mutação, renovação; cidades grandes, populosas, policêntricas, globalizadas, multi-culturais e raciais, fragmentadas e com polos independentes – articulados ou não entre si -  potencias capitalistas de economia super aquecida são características de uma cidade genérica.

Uma das cidades objeto de estudo do grupo foi Los Angeles, que além de apresentar todas estas características acima, possui grande visibilidade no cenário norte-americano e mundial, pelas altas produções cinematográficas (e aqui é permitido fazer uma assosiação com os instrumentos da globalização e a disseminação do conceito de padrão: imagem e marketing) contribuindo assim para essa constante renovação, que também acontece com os extratos da socidades.

Pequim é oitra cidade objeto de estudo do grupo, que também apresenta muitas características comuns com Los Angeles, mas possui uma lógica diferente devido ao seu histórico político e cultural. A reforma urbanística e a alta produção arquitetônica conferem à esta cidade manifestações da renovação e contemporaneidade.

Xangai é uma outra metróple hoje considerada uma cidade genérica, devido à sua localização favorável e do seu porto, e por uma das cidades abertas ao comércio exterior em 1842 pelo Tratado de Nanquim (Reconversão Urbana – Crescimento dos Portos x Crescimento das Cidades).

As correlações que o grupo fez dos conceitos no contexto mundial foram interessantes, pois tiveram dialogos entre as cidades de Pequim, Xangai e Hong Kong com cidades de outra lógica espacial, cultural e política: Los Angeles e Londres.

É feita também uma relação com São Paulo, que assim como Pequim era uma cidade provinciana, sem muita expressão, que pelo crescimento portuário e facilidade de transportes da chegada de mercadorias e manufaturas, teve um crescimento gigantesco e assumiu características cosmopolitas e multi cultural.

Dos temas abordados pelo grupo os que mais despertaram interesse foram:

- Problemas Urbanos em Pequim (Beijing):

Em função do crescimento desordenado e do alto índice de crescimento populacional nas últimas décadas, a cidade de Pequim enfrenta diversos problemas, típicos das grandes metrópoles, como: congestionamentos no trânsito; alto índice de poluição do ar (um dos piores do mundo); desemprego, principalmente dos imigrantes de outras regiões do país; destruição do patrimônio histórico (o entendimento de patrimônio histórico como produto de consumo e espetáculo).

A cidade se tornou uma cidade genérica , se perdeu nas suas várias paisagens e seus contrastes com o desejo de parecer uma nação ocidental. Possui um governo extremamente voltado para as classes mais favorecidas, propiciando assim segregação e valorização de determinados espaços, e com isso Beijing cresceu muito, porém um crescimento desordenado.



- Pequim e as Olimpíadas de 2008:

Como teve um interesse em falar sobre os problemas urbanos em Pequim, as Olimpíadas foram um evento importantíssimo pra fazer essa análise urbana da cidade. A cidade passou por uma grande reforma urbanística que visava “melhorar” a aparência da China no ocidente e essa modernização foi feita de forma devastadora, para cumprir prazos e metas, e dessa forma, arrasando quarteirões e bairros inteiros. O grupo fez uma comparação com a Paris de Haussmann do século XIX.



Sediando o evento das Olimpíadas, a Comissão Municipal de Planejamento de Beijing decretou um plano de conservação para proteger suas 25 áreas históricas na Cidade Velha de Beijing. O plano previa alguns princípios: preservar a paisagem urbana tradicional; Assegurar a autenticidade do patrimônio preservado; melhorar a infraestrutura e as condições de vida dos habitantes locais. Mas este plano não foi bem sucedido, podendo-se perceber mais uma vez algumas características da reconversão urbana, do novo conceito em se tratar o patrimônio e da cidade como mercadoria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário