domingo, 28 de agosto de 2011

O século XIX e suas mudanças estéticas e políticas na Europa e no mundo.


O século XIX sem duvida trouxe diversas alterações políticas, e configurou alguns tipos fundamentais da paisagem atual. A cidade do século XIX parece ter sido dominada por fatores dinâmicos principalmente nas comparações com o século anterior.
Os fenômenos que se passaram nesse período refletiram, posteriormente, e principalmente após a primeira guerra mundial. Eventos como a Revolução Russa em 1917 e o Construtivismo em 1919 eclodiram ganhando repercussão internacional.
O autor Guido Zucconi, em seu texto cidade do século XIX aborda como esses eventos influenciaram as metrópoles. No entanto o autor apresenta uma analise que contempla aspectos gerais das transformações por toda Europa, com isso foge de uma analise individual, passando a ter o ‘’todo’’ como objeto de estudo. Portanto as analises acerca do movimento estético-político conhecido como Construtivismo, e o ato revolucionário russo de 1917, têm suas bases, conseqüências e repercussões analisadas por Zucconi e os seus posteriores impactos na sociedade.
Maria Stella Martins Bresciani, no entanto aborda o mesmo tema de Zucconi, porém com uma visão muito mais humanitária, e mais preocupada com o sentimento da população, o que é refletido freqüentemente nas artes e artistas renomados como Edgar Alan Poe Victor Hugo, Baudelaire dentre outros. O foco de Bresciani corresponde a uma frase do filosofo Walter Benjamin ‘’No lugar de um fato w sua data, uma presença que instaura seu tempo próprio’’. O espetáculo das massas humanas como diz a autora é elucidada contrapondo-se a influência artística sempre presente em virtude dos movimentos de 1917, no Construtivismo Russo, que tiveram forte influência no campo artístico.
Arquitetos e historiadores de hoje também estudam esse tema tão difundido no século XIX, como é o caso de Peter Blundell Jones, um arquiteto e escritor britânico, que estuda os movimentos  artísticos, políticos, tradição alternativa ou orgânico-modernista , e seu impacto nas gerações futuras principalmente no século XX.Suas pesquisas influenciaram outros escritores e arquitetos como Jeremy Till, porém este possui uma visão voltada para o contexto social e político da arquitetura , se assemelhando muito com ‘’ O espetáculo da pobreza ‘’ de Stella Martins Bresciani , que promove a partir de uma analise social, todo o contexto social da época.
O largo espectro de interesses históricos arquitetônicos e teóricos levou a publicações sobre outros assuntos, a teoria critica e metodologia histórico arquitetônica, área onde se encaixa Iain Borden que foi parceiro de Peter Blundell em uma de suas monografias acerca de movimentos artísticos urbanísticos que possuem uma influencia impactante em diversas gerações. Os movimentos que realizavam uma crítica social e cultural eram bastante difundidos no passado, porém alguns específicos eram baseados em diferentes ideais tais como o anarquista, um bom exemplo é o movimento Internacional Situacionista de 1957.
O movimento europeu propôs uma critica social, cultural e política apoiado na critica à sociedade de consumo com ideologias próximas às anarquistas. Ao contrario do que se era posto por escritores e artistas como Edgar Alan Poe, como é posto pelo texto de Bresciani e Zucoconi, que viam suas obras uma expressão artística de um desejo urbano, a descentralização da arte estava dentro das ambições dos situacionistas, abolindo a noção de arte como uma atividade especializada e separada.
A partir do século XIX surgem as primeiras propostas que tinham a finalidade de solucionar problemas originados pelo elevado crescimento populacional proporcionado pela industrialização., fato que foi intensamente caracterizado nos textos sobre a cidade no século XIX sob diferentes abordagens. Porém todos esses movimentos urbanos e aumentos populacionais possuíram uma base teórica com fortes argumentos, que são explicados e detalhados no texto ‘’O Urbanismo’’ de Françoise Choay.
Novos modelos de base utópica tentam em meio ao caos urbano procuram propor respostas a essa situação. O modelo progressista que defende a idéia de espaços abertos, o que representa o padrão menos adensado o que rompe com as grandes concentrações muito comuns nos centros das cidades industriais.
O segundo modelo é o culturalista tem como principal embasamento não mais a situação do homem no sentido individual, como acontece no texto ‘’O espetáculo da pobreza’’, em que a autora se foca em analises mais individuais, mas o agrupamento humano, uma análise mais global como ocorre no texto de Zucconi.
Portanto ambos os modelos, tanto o culturalista quanto o progressista colocam a solução dos problemas existentes na cidade industrial por meio de modelos, com o objetivo de torná-los utópicos.
O texto de Françoise Choay, portanto se apresenta como um complemento aos textos ‘’O espetáculo da pobreza’’ e ‘’A cidade do século XIX’’. Porém envolve um embasamento de teórico aos acontecimentos descritos nos dois primeiros textos e as futuras implicações desses eventos principalmente no decorrer do século XX.
            Apesar de fatos como esses terem ocorrido na Europa e Ásia, suas bases teológicas atravessaram o mundo atingindo e influenciando diversas outras nações, pelo mundo. Varias outros países, por exemplo, atingiram um aumento nas taxas de urbanização mesmo nas últimas décadas inclusive o Brasil.
            Em nosso país esse processo ocorreu após a constituição de 1988 em que permitiu a consolidação do regime democrático. A nova carta constitucional permitiu que novos conselhos se instalassem em grande parte de políticas sociais no país e como isso se consolidando como uma nova representação junto ao estado.
Podemos dizer de forma resumida que os conselhos são instâncias públicas, que estão localizadas junto à administração federal. Elas têm influencia sobre a agenda setorial, e para tanto também capazes, de estabelecer a normatividade pública e a alocação de recursos dos seus programas e ações.
Ela estabelece uma linha que de conexão entre o governo e sua população com força suficiente para mobilizar, defender direitos, ou estabelecer acordos e consensos sobre as políticas públicas.
A idéia de se estabelecer um governo onde a população pode intervir por meio de políticas – públicas, e consensos,foi muito difundida no Brasil e este foi o primeiro passo rumo a um processo de democratização completo.
                                                     Anderson Vinicius

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